Hoje foi aquele dia parvo!

Como já tinha dito não gosto muito de fazer noites. De entre os vários pequenos aspectos que não gosto neste turno saliento hoje um: o dia que antecede a noite. A este dia chamo-lhe o "dia parvo". O dia parvo é aquele dia em que não me levanto cedo porque vou fazer noite e tenho que esta repousada, não trato de vários assuntos à tarde ao mesmo tempo para não andar numa correria e preparar o jantar a horas porque vou fazer noite. Nestes dias não janto fora porque depois tinha que ir a correr para o trabalho e parece que não compensava o dinheiro e por isso...é o dia em que estou por casa, faço pouco ou nada e antecipo nervosamente a chegada do turno da noite.

Só que estar em casa sem fazer nada, nada mesmo, parece pior. E nunca consigo fazer todo o nada que quero...e depois se faço realmente muito nada sinto-me inútil, num dia inútil, que se calhar podia ter aproveitado para ter feito coisas que não fiz....

Pronto, odeio as entradas de noite porque não me consigo abstrair da ideia de que tenho que ir trabalhar daí a umas.......10 horas. É estúpido, eu sei. Por isso chateia-me esta antecipação parva e penso: "Porque me preparo 10 horas antes para mais um estúpido turno da noite se desde há 6 anos para cá faço duas noites por semana?!!" Porque não tenho mais com que consumir o espírito! Só pode.

Já existe a regra de "quando a chamada cai"? Pois se não existe ainda eu gostaria de implementá-la.

É que a mim faz-me uma certa confusão aquela questão de estarmos a falar ao telefone e a chamada cair (pronto, isto faz confusão a toda a gente mas não é isto a que me refiro) e depois tentamos falar novamente. Isto sim, requer uma regra que eu desconheço. Quem é que liga? É que normalmente ligamos os dois ao mesmo tempo e depois, está sempre interrompido, estranho não? Às vezes ainda há a dúvida de "volto a ligar?" ou "a conversa tinha acabado ou não?" ou vale a pena ligar só para dizer "oi, a chamada caiu mas já tinhamos terminado a conversa não era? Então vá xau e beijinhos"...

Pois eu cá acho que deveria haver uma regra do tipo "aquele que contactou liga novamente porque era ele o interessado" ou então "aquele que foi contactado faz a segunda ligação para compensar o primeiro contacto do outro"...qualquer coisa do género. Agora ligar ao mesmo tempo e estar interrompido ou esperar 10 segundos e ligar novamente ao mesmo tempo...não me parece boa solução e enerva-me um pouco. Só isso.  

Não há muitas coisas que me aborreçam por viver nos arredores e trabalhar em Lisboa...mas há algumas.

Tendo tido uma infância tranquila na pacata cidade de Aveiro onde se vai a qualquer lado em 5 minutos, por vezes faz-me uma certa confusão esta Lisboa...Aquela coisa de que, se a pessoa está no centro da cidade às 16h e tem uma combinação qualquer (leia-se que não me refiro a roupa interior) às 19h, fica-se naquele impasse de ser pouco tempo (e muito gasto de dinheiro e custo para o ambiente e trabalheira) que justifique ir a casa, mas também é muito tempo para ficar a vaguear pelas lojas tendo em conta que já gastei numa semana de saldos o que queria ter gasto num mês. Pois isto aconteceu-me hoje mas, prevendo o compasso de espera, levei um livro e o tlm para acelerar o tempo...Pensei:  "Ahh já sei como é que esta cidade é..não deve dar para ir a casa por isso, vou prevenida....olhem só pra mim a controlar a situação".

Pois então, houve quem me visse, num sofá de centro comercial, a resistir para não entrar nas lojas, agarrada ao tlm a ler blogs só com um olho aberto e quase a babar-me para o saco que me apoiava...

É nestes pequenos momentos, que sinto saudades da minha terra...nela poderia "ir ali a casa dormir 5 minutos e já voltar"...

Sugiro assim que se implante na grande capital os hoteis cápsula tipo isto...pronto, é só uma ideia de alguém que gosta (muito) de dormir.

Este ano novo não tem como correr mal. Foram 10 minutos de fogo de artifício na Expo com algumas das superstições mais famosas cumpridas como sendo "não ter os bolsos vazios" (tinha um lenço porque estou constipada), "entrar no ano novo com o pé direito" (com esforço por manter o pé-coxinho nas diferentes horas em que as pessoas gritaram a contagem decrescente), "comer 12 passas pedindo 12 desejos" (mesmo sabendo que nas últimas tive que repetir porque já não sabia o que pedir mais e necesitei de reforçar os importantes) e claro, " a cueca nova azul" (trocada à pressa pela anterior umas horas antes mas nunca deixar que o ano avançasse sem a dita cueca).

Assim sendo, faltava a pata de coelho, o trevo de quatro folhas, subir para uma cadeira (ou degrau e geral) e fazer barulho para afastar os maus espíritos entre uns quantos outros. Acredito porém, que estes que faltaram cumprir estão relacionados com desejos "menores" e por isso, o ano novo não tem como correr mal. É isso!