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Ainda não aprendi a poupar-me a pôr a mesa de uma só vez (apesar de tantos episódios de Downton Abbey) e isto resulta em fazer mil viagens à cozinha: ela é ir para buscar copos...e voltar para ir buscar pratos...e voltar para ir buscar talheres...e voltar para os guardanapos....e ponho a mesa há 30 anos (vá, 20...) e ainda não aprendi a colocar tudo em cima dos pratos e fazer uma só viagem.
Manias...ou isso ou é para tratar os musculinhos.
Não interessa a ninguém, eu sei, mas assim ficam a conhecer-me um bocadinho melhor.
Esta semana foi dia de cabeleireiro. Não gosto de cabeleireiro. Devo ser a única mulher no mundo que não relaxa e aprecia a experiência de ir ao cabeleireiro. Não gosto da massagem a lavar a cabeça (detesto, aliás), não gosto das cadeiras nem dos cremes nem de estar lá a perder o meu tempo com conversas...mas, para piorar o cenário, sou esquisita com o cabelo. Só quero "aquela pessoa" para o corte e "aquela pessoa" para a tinta e sou, resumindo, uma maricas do cabelo.
Mas para mim o cabeleireiro é uma coisa que tem que ser, como a depilação. Não vale a pena não gostar porque não deixo que me cortem o cabelo em casa e até aceito todas essas coisas das quais não gosto no cabeleireiro pela necessidade que tenho de lá ir.
Uma vez coloquei um post sobre psicólogos, que os admiro pelo trabalho que fazem e disse até que cada pessoa deveria ter o seu assim como quem tem uma escova de dentes....MAAAAAASSSS devo dizer que já me cruzei com alguns (muito estranhos) exemplares.
A um dado momento daquele meu estado-de-graça-medo-bebé-mamã fui assitir a um workshop (WS) sobre a depressão pós parto. Começou logo um bocado mal quando a psicóloga pergunta o que levou a pessoas a fazerem aquele WS em particular. Realmente!!! Se havia WS tão giros como "sexo na gravidez" (que eu também queria fazer (o WS não era o sexo...sim o sexo também mas não era isso a que me referia) )porque é que se meteram naquele?! Foi aí que as pessoas começaram a relatar as suas histórias de depressão....a sra psicóloga pareceu toda interessada na história de cada um e de repente, quem não tinha tido uma depressão a sério, é que deveria estar a sentir-se deslocada naquele evento.
O WS continuou e a psic dizia "porque as mulheres todas querem atenção depois do parto porque foram grande alvo de atenção na gravidez...." ou "as mulheres todas querem fazer tudo ao bebé quando ele nasce e não deixam ninguém fazer nada" e "os homens nunca ajudam" ou "todos os homens descartam as tarefas para as mulheres" ou "todos os homens ficam tristes com a falta de atenção para eles em detrimento do bebé"...enfim...
Eu ouvia aquilo e até se me encaracolavam as unhas dos pés.....eu respeito que a senhora tenha uma profissão que lide com comportamentos dos outros há muitos anos, que observe padrões e que conheça as teorias mas...cabemos todos no mesmo saco?? E se coubessemos? Será profissional estar ali a estereotipar toda a gente???
E depois ainda continuava com aquela história de "tive uma paciente que estava deprimida e procurou ajudar e piorou muito e coiso e tal.." ou "tive uma paciente que já estava deprimida na gravidez e não se tratou e depois quando o bebé nasceu ficou assim e ficou assado..." até lemos passagens do livro da brooke shillds e tudo....há necessidade? As grávidas são das pessoas que mais se devem proteger das histórias loucas daqueles que as rodeiam e não pagar para as ouvir.
Não gostei. Não me identifiquei nada com aquela conversa (nem o futuro pai) mas ainda lhe dei o beneficio da dúvida (à psic porque para o futuro pai já era tarde ;) ) porque o bebé permanecia calmamente a nadar na minha barriga e havia a remota hipótese de depois dele sair, eu enfiar aquelas carapuças todas...
Mas não. O bebé nasceu e aquele discurso ainda me parecia mais desadequado. Vi a senhora psic falar na televisão uns dias depois do bebé nascer e também não gostei. Não é má vontade, a sério! O que me parece é que quem lida com comportamentos humanos deveria ter o cuidado de selecionar bem a informação que transmite, não estereotipar e não se envolver tanto com o público...
Se calhar fui a muitos congressos, admito, mas a mim soou-me a falta de profissionalismo ou apenas muito má gestão do conteúdo...
E pronto, como o assunto começou a ser digerido mas não conseguia absorvê-lo nem livrar-me dele, sai no blog...aaargggg ficou estranho este final!!!!
Fofinho, fofinho é a pessoa tirar ticket depois de ter colocado dinheiro que desse até ao outro dia de manhã, fechar a porta do carro e descobrir mais tarde (tarde demais) que o ticket ficou virado ao contrário.
Ele decidiu ir hoje correr...
Planos:
1. Encontrarmo-nos na Expo depois dele sair do trabalho;
2. Fazermos o que temos a fazer no Vasco da Gama;
3. Eu regresso de carro;
4. Ele diz que regressa a correr "que me faz bem e assim já despacho o treino de hoje"
Conversa no chat
Ele: podias levar-me calções, meias, tshirt , sapatilhas e eu ia ter a casa a correr
O dia começou difícil...foi piorando...piorando....e depois voltou a sorrir.....depois a rir.......e acabou em beleza :) Três vivas para a familia, a dança e as verdadeiras amigas! Enviado do meu iPhone
Se cada ser humano pudesse ter um profissional de saúde de uma especialidade à sua escolha, para sempre, para tratar de si, eu instituiria um psicólogo clínico. Ora vamos lá ver:
1. Ouvem a pessoa sem se queixar em seguida que têm uma coisa pior;
2. Realçam o que de bom a pessoa já conseguiu fazer mesmo que a missão tenha sido apenas "não fazer nada";
3. Permitem à pessoa chorar durante uma sessão inteira e não se podem fartar (ou manifestar sobre a lamechice);
4. Têm sempre kleenexs;
5. Não é preciso estar sempre a relembrar de uma cena da infância que traumatizou porque eles cag*** nas experiêcias da infância;
5.1 Idem para os sonhos mesmo aqueles que se repetem durante meses (para isso, pensam eles, LIGA AO FREUD);
6. Deixam que a pessoa se sinta um "coitadinho" por belos 5 minutos;
7. Não levam tanto dinheiro como p.e. um dentista e sai-se de lá mais leve depois do desabafo e com os dentes todos;
8. Conseguem analisar os factos, desmembrar o "medo em geral", ajudam a distinguir o "emocional" do "racional", combatem comportamentos/sentimentos/emoções/pensamentos activadores de sofrimento;
9. Ajudam a relativizar a falha/insucesso que o indivíduo cometeu ou sofreu e focam os mil sucessos que o indivíduo alcançou;
10. "Tiram a venda negra dos olhos" porque senão não se chamava consulta e chamava-se o jogo da Cabra Cega
Se eu mandasse, todas as pessoas tinham um psicólogo, assim como quem tem uma caixa de correio. Um sitio onde vão parar as más notícias, os motivos de celebração, onde se iria todos os dias e onde toda a gente saberia e aceitaria que temos uma "caixa" para podermos estar de bem connosco e ligados saudavelmente ao mundo. Limpá-la diariamente seria um alívio.
Como ainda não mando (ou melhor, nos sitios onde mando não se fazem leis fixes) todos ficam na mesma com a sua caixa de correio cheia de contas para pagar ou pior, publicidade, enquanto criticam a do vizinho.
Era só iste, obrigades.
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